Piso de bambu importado para área externa.
O mercado global está testemunhando uma mudança notável, impulsionada pela ascensão do bambu como uma escolha preferida em variados setores. De acordo com o estudo "Previsão do Mercado de Bambu até 2030 - Impacto da COVID-19 e Análise Global", essa tendência é mais do que um simples modismo: é um sinal claro de um mercado em expansão.
As projeções indicam um crescimento animador no mercado global de bambus, saltando de US$ 59 bilhões em 2022 para US$ 88 bilhões até 2030, com uma sólida taxa de crescimento anual de 5% ao longo dos anos. Este aumento substancial é alimentado pela versatilidade do bambu, amplamente empregado em móveis, construção, papel entre outros. Sua popularidade deriva de sua sustentabilidade e propriedades ecologicamente corretas.
No Brasil as importações de artigo de bambu estão quebrando recordes da série histórica. Um dos destaques são os pisos de bambu, que mais que dobraram em relação a 2022. Um aumento de 120% nas importações indica uma mudança significativa no mercado nacional.
A presidente do Centro Brasileiro Inovação e Sustentabilidade - CEBIS, Katiane Gouvêa, comemora o aumento as importações dos artigos de bambu. “Este é um reflexo do trabalho desenvolvido. Estamos trabalhando com muita seriedade e profissionalismo a promoção do bambu no Brasil. Buscamos a mudança do comportamento no consumo e na percepção em relação aos artigos de bambu, e assim posteriormente, com mercado interno consolidado, poderemos buscar atração de investimentos e dar ganho de escala em plantios de bambu no Brasil”
Os pisos e revestimentos de bambu possuem garantia de 25 anos e já são mais de 10 milhões de metros quadrados instalados no mundo, e o valor que está no mercado é bastante competitivo em relação a madeiras tradicionalmente usadas na construção civil. O metro quadrado do deck de bambu está em torno de 1.100 reais o m², no Brasil. Os principais países importados de piso de bambu são Estados Unidos, Japão, Dinamarca, Holanda, Nova Zelândia, Bélgica entre outros. No ranking de importação de pisos de bambu o Brasil ocupa a 54º posição mundial. “Estamos conversando com escritórios de arquitetura, decoradores, designer e construtores para utilizarem mais o bambu nas suas obras, principalmente em ambiente externos” finaliza Katiane.
O notável aumento de 120% nas importações de pisos de bambu merece atenção especial. O bambu é uma das plantas de crescimento mais rápido do mundo, algumas espécies crescem até 91 cm por dia. Isso significa que pode ser colhido em 3 a 5 anos, em comparação com 10-20 anos para a maioria das madeiras maciças, tornando-o um recurso renovável muito mais rápido. Após o corte, o bambu continua crescendo a partir de suas raízes, não exigindo replantio. Isso evita a erosão do solo e permite uma colheita sustentável sem prejudicar o ecossistema. O bambu também absorve dióxido de carbono e produz até 35% mais oxigênio do que árvores de tamanho equivalente, ajudando na mitigação das mudanças climáticas.
O bambu é uma alternativa a madeira como material de construção, reduzindo a demanda por madeiras de florestas que podem estar em risco de desmatamento. O cultivo de bambu ainda requer menos recursos como água e agroquímicos em comparação com outras culturas de plantação ou árvores de madeira, o que diminui o impacto ambiental geral.
Além de seu impacto ambiental positivo, o piso de bambu possui alta durabilidade e resistência, competindo com as madeiras mais robustas. Seu visual único e a variedade de tonalidades complementam diversos estilos decorativos. Fácil de limpar e manter, o bambu se torna uma escolha prática para residências e estabelecimentos comerciais. Ao optar pelo bambu, consumidores contribuem área redução do desmatamento e na promoção de práticas de uso da terra mais ambientalmente responsáveis, para a conservação florestal e sustentabilidade global.
O crescimento das importações de pisos de bambu aponta para uma tendência crescente. Esta mudança reflete não apenas a crescente conscientização sobre a importância da sustentabilidade, mas também abre portas para novas oportunidades no mercado de materiais ecológicos.